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Lazy Lover Undercover

Lazy Lover Undercover

Ainda não foi desta

Há dois meses, comecei a falar diariamente com uma pessoa que já conhecia de vista há um ano. Saímos algumas vezes, entretanto, sobretudo em passeios noturnos pelo centro da cidade, a conversar. No penúltimo, beijamo-nos, com muitos amassos. Depois disso, durante dias não se falou do assunto e, quando voltamos a encontrar-nos, foi como se nada tivesse acontecido. Só voltamos a falar sobre isso depois, já com flirt à mistura.

Depois disso, ele esteve fora, de férias e em trabalho. Já não nos víamos há umas semanas e, nos poucos dias em que cá esteve, nem lhe passou pela cabeça ver-me, nem combinar nada comigo, mesmo sabendo que ia voltar a estar fora outra longa temporada. Já eu não pensava noutra coisa.

Continuávamos na mesma a falar todos os dias, mas em menor quantidade (era sempre assim, quando ele estava fora em trabalho) e das últimas vezes, eram só quase monólogos dele sempre a queixar-se de algum stresse do trabalho, eu já não sabia o que mais dizer. Nisto, postou uma fotografia dele a andar de mota com a ex. Acho que não era recente e mais de metade das caras estavam cortadas, mas via-se que eram eles.

No dia em que isto aconteceu, despejou em mim um mega queixume laboral e só voltou a responder-me no dia seguinte de manhã. Só lhe respondi à noite e depois disso, da parte dele, só silêncio.

Já estive muito confusa com tudo. Depois, à medida que os dias foram passando e o silêncio aumentando, percebi. Todas as situações que aconteceram, e que me deixaram de pé atrás, era só ele a tentar dizer-me que não estava para aqui virado. Eu era só uma distração porreira, que ele encontrou, para o ajudar a lidar com o fim da relação, que aconteceu em fevereiro. A cabeça dele continua ocupada só com ela. Ele nunca descolou e eu percebo. Ele queria namorar com ela, que é bastante mais velha do que ele, e ela andava com ele, mas não o assumia. Disse-me que, quando acabaram, já queriam os dois que acabasse, mas não é o que se diz sempre, quando acaba? Que queriam os dois?

Nos primeiros dias, senti que me fez um favor. Já andava a saturar de tantos queixumes e da demonstração de tão pouco interesse por mim e pela minha vida. E tinha vindo a perceber, que a maturidade também não era muita. Não estávamos na mesma fase, nem temos o mesmo estilo de vida, e os meus objectivos actuais não podiam diferir mais dos dele. Ainda assim, continuava disposta a conhecê-lo melhor. E, se não desse para haver nada, que ao menos ganhasse ali um amigo porreiro, com quem ainda podia aprender cenas da área. Mas ele achou que o silêncio era a melhor saída.

Quando começamos a falar, e eu estava toda encantada, comentei com uma amiga que já merecia uma história fixe. Ela torceu por isso, mas ainda não foi desta. Só gostava que tivesse sido directo comigo, em vez de agir assim. Ainda por cima, ele sabia da minha última história e de como acabou e fez-me o mesmo.

A parte boa de só ter histórias fracassadas é que se torna mais fácil de lidar. É só mais uma. O ghosting destrói a alma a uma pessoa, mas depois do último que me fizeram, este é quase insignificante. 

Como ele não houve mais nenhum

A primeira coisa realmente bonita que me disseram na vida foi “tens uma aura mesmo bonita”. Dita pelo Kedi que, mesmo passados tantos anos, me continua a encantar como da primeira vez. Tenho memória curta se calhar, para a tristeza que me fez sentir, quando me deu um chuto no rabo e começou a namorar com a amiga colorida, com quem andava antes de me conhecer. E as vezes que fingiu não me ver, para não ter de me cumprimentar, quando estava com ela. E o constrangimento que sentia, quando era obrigado a cumprimentar-me. Era o desconforto em pessoa. Não sei porquê. Fui um erro assim tão grande a ponto de causar tanto embaraço?

Ele é a pessoa com quem mais sonhei até hoje. Mesmo em alturas em que já nem me lembrava que ele existia, o meu inconsciente fazia questão de me lembrar de que, como ele, não houve mais nenhum na minha vida, ninguém se comparava sequer. Não faz ideia do quanto me marcou.

Tinha 20 anos, quando o conheci, ele tinha 28, e o nosso primeiro date foi passado uns meses, um dia depois de eu fazer 21. Não sabia que era date, ia só beber um copo com um amigo novo, alguém por quem estava absolutamente encantada, mas não sabia ainda que era recíproco. Confessou-me, naquela noite, que o convite para tomar café não era só porque sim, tinha sentido alto clique comigo, coisa que, antes de mim, só lhe tinha acontecido uma vez, com uma ex-namorada com quem esteve muitos anos, o grande amor da vida dele. Declarou-se, mas também me disse, que não podia estar comigo, enquanto não resolvesse a história colorida em que estava metido. Demorou 1 mês a resolver e eu esperei, pacientemente.

Fui tão feliz naquela noite. Senti uma cena que nunca tinha sentido e que nunca mais voltei a sentir. Uma reciprocidade bonita, que andava há meses a ser disfarçada de ambos os lados. Ele disse-me, aliás, que durante meses fez de tudo para me evitar, até ter deixado de o fazer. Senti felicidade extrema. Depois disso fez questão de me apresentar aos amigos todos dele, muito antes de termos dado sequer o nosso primeiro beijo.

A história acabou precocemente, havia um desfasamento muito grande entre os dois. Não era só a idade, era também o facto de eu ser muito inexperiente e só ter estado com uma pessoa e ele já ter muita pedalada e ter estado com muitas. Sempre me culpei, por ele me ter deixado. Por ser tão acanhada, por não ter sido capaz de estar à vontade para ser eu perto dele. Quanto mais próximos, mais eu me fechava. Gostava tanto dele, queria tanto que desse certo, que tinha medo de abrir a boca e dizer porcaria que o fizesse perder o interesse. Ele era daquelas pessoas que toda a gente queria por perto.

Entretanto, a vida aconteceu e nisto passaram-se 8 anos. Tenho agora a idade que ele tinha, quando nos conhecemos. Continuo a comparar todo e qualquer interesse romântico meu a ele. Fantasio constantemente com um café que nunca vai acontecer. Sinto-me ridícula, por não conseguir disfarçar a felicidade de o ver, quando calha de nos cruzarmos. Meu deus, como eu queria que pudessemos ser amigos a sério, mas ele não está para aí virado. Eu não sou a mesma pessoa que era há 8 anos e ele, imagino, muito menos.

A mãe dele morreu há uns meses. Suicidou-se. Quando soube, semanas depois de ter acontecido, não consegui não lhe mandar mensagem. Não dizia nada, não havia nada para dizer, só queria que ele soubesse que lamentava e que sentia muito por ele. Achei que um coração branco o diria, sem ser invasivo. Ele agradeceu. Semanas depois, cruzámo-nos, já não nos víamos há uns 2 anos. Lembrei-me, no dia seguinte, que ele tinha feito anos nessa semana e mandei-lhe mensagem. A data da última, tirando o coração, era de 2016. Falámos por breves momentos, um diálogo curto, mas fixe, e ficámo-nos por aí.

Não faço ideia de como é que a cabeça dele está. Acho que sei, que nunca se recupera de uma tragédia destas. Se fôssemos amigos, checava-o de vez em quando, para ver como estava, mas não somos e eu não tenho esse direito. Não sei se é saudade ou nostalgia que sinto, quando penso nele, sei que entre nós não era para ser, mas que a minha vida seria muito mais rica se ele fizesse parte dela. Mas como isso nunca vai voltar a acontecer, resta-me desejar que ele fique bem e continuar a fantasiar. Acho que nunca fez mal a ninguém. Da parte dele, acho que o embaraço ainda lá está, da minha o ser rídicula é inerente.

A novela que é a vida da minha mãe

A minha mãe tem uma história de vida que parece uma novela. Nunca conheceu o pai, só viveu com a mãe até aos 4 anos e depois foi para uma instituição, onde esteve até aos 20 e tal anos, e por onde passou coisas que nem imaginadas. A cada história que me conta, o meu coração aperta mais. Já a aconselhei a escrever sobre esses mil episódios porque passou, acho sinceramente que ia ser uma boa terapia para ela.

 

Ontem, uma prima da terra ligou-lhe e deu-lhe uma grande novidade sobre o pai e sobre a familia dele.

 

A versão que se conhecia até agora era que o pai da minha mãe tinha ido para o Brasil, quando a minha mãe nasceu, e nunca mais tinha voltado. Parece que afinal a história não é bem assim. A minha avó veio do Brasil para Portugal grávida da minha mãe. O meu avô, que era português emigrante no Brasil, não pôde vir logo. Quando já tinha tudo pronto para vir, soube que a minha avó andava metida com um familiar dele e ficou com um desgosto tão grande que não chegou a vir. E nunca mais voltou. 

 

A verdade é que agora os meios irmãos brasileiros da minha mãe a querem conhecer.

 

A minha mãe está curiosa e bastante entusiasmada, embora diga que não. Acredito que esta nova versão dos factos lhe tenha trazido algum alívio e paz, por perceber que a história estava mal contada e que o pai dela até nem era má pessoa.

 

Hoje não gosto de mim

Hoje não gosto de mim. Tenho a mania de me pôr de parte em tudo e, só depois de o mal estar feito, é que percebo que só me prejudico com esta mania. Ninguém sabe quem sou, o que faço, que ambições tenho. Passo ao lado a toda a gente. Aprendi há uns anos que, quando saio desta concha, quando me obrigo a sair da minha zona de conforto, vivo mais, mais feliz e de modo mais intenso. Mas parece que desaprendi. Vejo o tempo a passar e eu a não fazer nada do que quero, sempre com obrigações aborrecidas, que em nada me realizam. 

Gente sem consciência

Num espaço de dois dias, soube de duas histórias parecidas e ambas profundamente tristes. A semana passada, uma amiga de um dos meus irmãos teve um acidente e o condutor causador do acidente fugiu depois do embate. O carro dela ficou desfeito, ela felizmente, safou-se com um braço partido e algumas mazelas. Há dois dias atrás, um amigo do meu outro irmão foi atropelado a caminho de casa. Qual é a semelhança entre as duas histórias? Também a pessoa que o atropelou fugiu. Ficou irreconhecível, sabe deus quanto tempo passou até alguém o ter visto e chamado a ambulância, coisa que nem isso quem o atropelou fez. Está às portas da morte, um rapaz com vinte e poucos anos. 

 

Sorrir à vida

Numa das minhas aventuranças este verão, fiz um Amigo. Alguém que com meia dúzia de palavras me fez pensar diferente. Me deu vontade de ser e querer mais. Me fez adoptar outra postura perante a vida. Ele traz ao de cima o que de melhor há em mim. Dá-me esperança. E dá-me certeza de que este mundo está cheio de coisas maravilhosas que a qualquer momento podem ser descobertas. 

 

Longe de mim pensar  que uma mudança de ares, de lugar, me iria fazer tropeçar nele. E o melhor de tudo? Apesar de ser o verdadeiro arquétipo da perfeição, não o vejo de todo de uma perspectiva amorosa. É um Amigo, sim, com "A" grande. Um grande amigo. Um timido incurável, que se faz de forte, sendo o mais frágil, que simplica a vida, quando tudo parece complicar-se. E confio nele em toda a sua plenitude.

 

Apesar da diferença de idades ainda ser significativa, traz imensas vantagens. Percebe o que passo, porque também já o viveu. ´Vejo-o como um grande exemplo, no que toca à ambição, determinação e força de vontade, que o levaram a conquistar o sucesso profissional que tem hoje. Lê-me melhor do que ninguém, sem eu ter de recear a transparência. E dá-me força, tanta força, para enfrentar os obstáculos que sou obrigada a enfrentar no dia a dia. 

 

Um Amigo assim, faz-me sorrir à vida.

 

Drave: Portugal Desconhecido

Drave, um local mágico, um mundo aparte.

 

Drave é uma aldeia desabitada pertencente ao concelho de Arouca, de uma beleza irreal. Estive a acampar lá quatro dias, no último final de semana. Em Drave não existe electricidade, nem acesso de carro. Só se consegue chegar lá a pé. É o local perfeito para reflexão, para estarmos em contacto com o simples da vida. Rico em paisagens e lagoas maravilhosas. Tudo em Drave é perfeito.

 

Fui lá, porque este é um local de passagem obrigatória para quem é escuteiro, mais precisamente caminheiro. Drave é a base nacional da IV. 

 

Fica a promessa de um dia lá voltar. E só deus sabe o quanto me custou lá chegar. O ter partido de Arouca de mochila ás costas ás onze da manhã e ter chegado a Drave no mesmo dia às dez e meia da noite. Foram 13h30 a caminhar, com algumas pausas pelo meio. Mas fez tudo valer ainda mais a pena. Foi sem dúvida o local mais bonito que visitei em Portugal. Não é preciso ir lá para fora para se verem coisas bonitas :)

 

 

 

 

 

 

 

 

(fotos da minha autoria)

Quem te avisa teu amigo é

Devia ter ouvido quem me avisou. Desde o início que sabia que isto não ia correr bem. Mas porque raio é que arrisquei então? Para tirar a teima? Para não me arrepender de não ter sequer tentado? Ao contrário de outras situações, desta vez não digo "bem feita!" para mim, não acho que tenha merecido isto. Tentei sempre ficar de pé atrás, mas acho que acabei por me pôr a jeito, como já me disseram. Mas como é que eu ia adivinhar? Se é alguém que num dia sente uma coisa e no outro já sente outra? Se num dia diz uma coisa e no a seguir já diz outra? Se num dia quer uma coisa e noutro já quer outra? Não se brinca quando há sentimentos envolvidos. Acho que há muita gente que não tem noção de como aquilo que faz, diz, sente, quer, afecta as outras pessoas. Não basta ser sincero no início e depois fazer o que quer. Há que ser sincero sempre e respeitar quem só quer o melhor para si próprio e para o outro. Se nos habituamos a viver com a ausência de outrem, ninguém tem o direito de invadir a nossa vida como se nada fosse e voltar a levar-nos para baixo.

 

Fica no teu canto que eu fico no meu. 

Aquele dilema

No meu dia-a-dia, debatia-me constantemente com o seguinte dilema: "a vida é demasiado curta, por isso, vou fazer tudo o que quero, porque se calhar de morrer amanhã, já morro feliz" e "a vida é para ser vivida, mas cada coisa a seu tempo, há momentos para tudo".

 

Verdade seja dita, quando decidia seguir a primeira, dava sempre asneira. As asneira já foram tantas, que acho que finalmente aprendi a minha lição. Prova disso é o facto de ter escolhido ficar sozinha, mesmo tendo oportunidade de estar com quem gosto. É um pouco confuso, admito. Mas é uma questão de amor próprio, de honra e dignidade. Se me regesse pelo primeiro lema, atirar-me-ia de cabeça, não querendo saber se ele estava comigo por estar, desde que eu pudesse estar com ele. Mas como finalmente aprendi que se o fizesse iria correr mal única e exclusivamente para o meu lado, preferi ficar sozinha e bem, sem chatices desnecessárias, sem dramas. Não consigo estar com alguém por estar. Ao estar com alguém, quer queira quer não, algum tipo de sentimento vai ser desenvolvido, mas para arriscar, é porque sei, ou pelo menos espero, que vá ser correspondido. 

 

Há decisões que parecem tão simples de tomar, mas na verdade não são. É preciso parar para pensar. Reflectir sobre tudo o que for preciso. E tomar aquela que não só nos faz feliz no momento, como teremos a certeza que se a tomarmos jamais nos arrependeremos, porque se correr mal, as consequências não serão assim tão más como se tivessemos optado pela outra decisão. Porque na vida, há dois tipos de escolhas, as boas e as más. É preciso é saber tomá-las.

 

Universidade, morre, por favor

Sinto-me mesmo mal. Detesto a universidade, e cada vez a detesto mais. É só stresses, só merdas, só conflitos.

 

Queixava-me no ano passado, mas este, este ano que eu tinha tantas esperanças que corresse bem, que eu pensei que ia fazer trabalhos interessantes e sem problemas, consegue ser ainda pior que o meu ano de caloira. Nunca pensei que isso fosse possivel. 


Não sei quem foi o louco a dizer que os anos passados na universidade são  os melhores. Não sei onde.


Estou farta disto!