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Lazy Lover Undercover

Lazy Lover Undercover

Vai ser a covid a ditar o fim da nossa história?

A pior coisa que podia ter acontecido, aconteceu. Estou com covid e infectei o D. Só fui fazer o teste, porque o meu patrão testou positivo. No entanto, o nosso colega, a pessoa que andou doente nestas últimas duas semanas e que mais sintomas teve, testou negativo. Fez um teste por semana, desde que ficou doente, e deu sempre negativo. Não sei se fui eu que infectei o meu patrão ou se foi ele que me infectou a mim. Não senti nada de anormal. Andei com dor de garganta, no início da semana, mas na terça, depois de uns gargarejos com borato de sódio, passou e fiquei fina. Tinha apanhado muito frio, uns dias antes. A água quente falhou-me durante o banho e estive uns 10/15min ao frio, enquanto a minha mãe mudava a botija. Só que a botija estava estragada e o esquentador não ligava. Já para não falar do gelo que é a minha casa e do facto de estarmos no inverno. No fim de semana, andei meia constipada, mas era só isso, ranho.

Era quase certo que, este ano, ia apanhar covid. Mesmo tendo todo o cuidado do mundo. Andei dois anos a passar pelos pingos da chuva. Já tinha tido o meu pai infectado, em 2020, logo durante o primeiro confinamento, e não fiquei. A minha mãe esteve infectada, há dois meses, e também não fiquei. Agora estou eu e eles não. E, pelo caminho, infectei o D.

Estive com ele na sexta, dois dias antes de ele voltar para o país onde trabalha. Ele fez teste antes de ir e deu negativo, mas hoje voltou a fazer e já deu positivo. Sinto-o furioso comigo. Já me desfiz em pedidos de desculpa. Os meus amigos dizem-me que, da maneira que isto está, com esta variante ómicron, ninguém vai escapar e ficar chateado é só parvo. Eu sei que não é e espero que ele não tenha infectado ninguém, muito menos a família dele. Eu não tive comportamentos de risco, a minha vida é só casa-trabalho, trabalho-casa. Ao fim de semana, não saio de casa. Não estou com os meus amigos há séculos, ainda há dias tinha a festa de anos de uma amiga e não fui, entre outros motivos, porque ia muita gente.

Sinto-me horrivelmente mal. Ainda por cima, fui eu que lhe mandei msg a perguntar se não arranjava 5min para um abraço de boa viagem. Depois de ter ido embora, da outra vez, sem se despedir, decidi tomar iniciativa. Maldita a hora. Como é obvio, não o infectei consciente de que o estava a fazer, não foi propositado. Devia ter feito um teste, antes de ir ter com ele? Se calhar, devia. Mas a minha vontade de me despedir dele e de o ver uma última vez, bloquearam-me qualquer pingo de racionalidade. Facilitei a achar que não era nada. Mas, ainda há pouco tempo, tive uma constipação muito pior que isto. Ele tem o direito de estar chateado e de achar que fui uma irresponsável de merda. E tem alguma razão. E, por isso, não caibo em mim de tristeza.

Não abriu a minha última msg e já sei que, nos próximos meses, a não ser que alguma coisa má aconteça, não me vai dirigir a palavra. Depois disto, não me vai querer ver nem pintada. Nunca na vida me vai convidar a visitá-lo. Só quero que esta semana passe rápido, que fique tudo bem, e que o tempo acalme os ânimos. Na semana em que mais precisava de trabalhar e de manter a cabeça ocupada, estou em isolamento. A minha cabeça não pára de imaginar cenários maus, como forma de preparação. Será que, depois de tudo, vai ser este o motivo da rutura definitiva entre nós? Se não sobrevivermos a isto, então, não é mesmo para ser. Já andava mais frio e distante, antes de ir, isto provavelmente foi só a gota de água.

Aliás, sábado fartei-me de chorar. Na sexta, falamos sobre o trabalho e basicamente ficou bem patente que uma relação séria nunca na vida seria possível nos próximos dois anos, no mínimo. E esta situationship não se aguenta tanto tempo. Se calhar, só preciso de amor próprio e esta situação toda vem só trazer-me clareza.

Deixar para não ser deixada?

O D. (daqui e daqui e que tem toda uma tag dedicada) voltou. Depois de 1 ano e meio sem nos falarmos e de 2 sem nos vermos.

Quando estava na Polónia, em dezembro de 2020, ligou-me pelo whatsapp. Fiquei incrédula (no final de 2019, tinha-o bloqueado em todo o lado,  na altura nem tinha whatsapp) e bloqueei-o. Em Fevereiro, uma amiga em comum mandou-me msg a dizer que ele lhe tinha ligado, para lhe pedir para falar comigo. Que me queria pedir desculpa, mas que tinha percebido que eu o tinha bloqueado em todo o lado. Depois de muito matutar, acabei por desbloqueá-lo. Mandou-me mensagens grandes a pedir desculpa e a justificar o lado dele. Respondi-lhe uma vez a dizer-lhe como me tinha feito sentir e nunca mais voltei a dizer nada. Ao fim de alguns meses, falamos pessoalmente. Não nos víamos há 2 anos e fizemos as pazes nesse dia. E, também nesse dia, deixei de o achar uma besta e dei por mim a ficar completamente apanhada, outra vez. Ele, logo a seguir, voltou para o estrangeiro, onde trabalhava, nessa altura. Mas, já lá, disse-me que tinha tido uma ideia louca, mas que nos podia ajudar a finalmente perceber muita coisa. A ideia era eu ir ter com ele e fazermos um viagem juntos por lá. Queria muito ter ido, mas entretanto comecei a trabalhar e as nossas datas não eram compatíveis. Combinámos passar uma semana juntos, quando ele voltasse a Portugal, em Agosto. Acabámos por só passar 1 dia e meio. E, depois disso, esteve duas semanas sem me falar. Mais tarde, disse-me que se quis distanciar para perceber se se sentia bem comigo e chegou à conclusão que sim. Disse-me que gostava de estar comigo e se sentia bem comigo, mas que, dali a umas semanas, ia de novo para fora trabalhar, durante 1 ano, e uma cena à distância era muito fodida. Passámos os dois meses seguintes juntos, uma vez por semana. Nunca em date, nunca a tomar café, nem a beber um copo, nem a passear, nem a ir ao cinema, nada disso.

Esta dinâmica sempre me angustiou. Sempre quis mais. Não digo um namoro, mas pelo menos algo com sentido, que não se resumisse a cama. Eu sei que para ele sou mais do que isso, falamos imenso sobre isto. E ele pode ter muitos defeitos, mas ser mentiroso não é um deles. Chegou a dizer-me, quando me pediu desculpa, que eu era e continuava a ser uma pessoa muito especial para ele e que era em muita coisa a rapariga ideal para ele.

Independentemente de não dar para termos nada sério, nem à distância, no meu entender, dava perfeitamente para termos muito mais do que isto. Mas, deixei-me estar, porque queria aproveitar ao máximo todos os segundos que pudesse passar com ele.

Foi embora e, nos últimos 10 dias em que cá esteve, não arranjou nem 1h para estar comigo e se despedir. Um mês depois, mandou-me msg a perguntar quando é que o ia visitar. Ainda ponderei e vi voos, os preços estavam absurdos e, sem grande conversa, disse-lhe que estava tudo muito caro e que não compensava. Um mês depois, voltou, nem sabia, mas mandou-me mensagem a perguntar se queria ir ter com ele dali a umas horas, eu perguntei onde e lá nos combinámos. Apanhou-me em casa, entrei no carro, esperei que ele terminasse o telefonema que estava a fazer, para fechar a porta do carro. Fechei-a e, quando ia pôr o cinto, ele inclinou-se para me beijar. Fui a medo, aquilo era inédito, nunca nos tinhamos cumprimentado assim, antes. E não foi um, nem dois beijos, foram alguns, fiquei parva da vida e apeteceu-me dizer "eram tudo saudades?", não disse, guardei para mim. Perguntei-lhe como estava, falámos das nossas mães e fomos até casa dele. Estivemos juntos duas vezes, mas a segunda não correu bem e fomos em silêncio embora. Uma semana depois, mandou-me mensagem a perguntar se estávamos juntos naquela tarde, eu disse-lhe que estava a trabalhar. Ele perguntou-me a que horas acabava e ficamos combinados para depois do jantar. Eram 22h30 e nem sinal dele. Mandei-lhe msg a perguntar se sempre vinha, respondeu-me a dizer que tinha estado a ver o sporting e que ainda ia tomar banho e a perguntar se eu podia no dia seguinte ao final da tarde. Disse-lhe que já podia ter dito e que no dia seguinte trabalhava de manhã à noite. Disse-me que, então, mantinhamos o combinado. Nisto já eram 23h e disse-lhe para cagar, que já era tarde. Ele ficou todo inflamado e respondeu-me torto a dizer que não percebia qual era a minha cena, que nunca tínhamos combinado hora. Disse-lhe que tinha trabalhado o dia todo, que depois do jantar contava que fosse tipo 22h/22h30, que no dia seguinte voltava a trabalhar cedo. Que não estava a reclamar, só estava a dizer que, tendo em conta o dia que tinha tido e o dia que ia ter, já estava tarde para mim. Não me voltou a responder.

Num dia normal, teria esperado o tempo que fosse preciso para estar com ele. Mesmo que trabalhasse cedo no dia seguinte, como era o caso. Mas, naquele dia, não me apeteceu fazer o esforço. Tem uma falta de consideração gigante por mim, deixa-me à espera eternamente, já me deu altas secas para a seguir me deixar pendurada, quando uma simples mensagem bastava para me avisar. E toda a cena de se ir embora sem se despedir e depois voltar e querer retomar de onde ficámos... Epa, aquilo atrofiou-me. E, depois, o só querer estar comigo depois das 23h. Nos dois meses em que estivemos juntos, foi quase sempre assim. Naquele dia não quis. Queria descansar e não me apetecia ter intimidade. 

Mandei-lhe msg a desejar um feliz natal e ele respondeu-me a desejar o mesmo. Mas foi seco, como é sempre. Sinto que continua chateado, embora ache que não tem motivo nenhum para isso. Sinto, o que sempre senti que, a qualquer momento, vou receber uma msg dele, como a que recebi há dois anos, a dizer-me que afinal não quer nada comigo e que não sente nada. E a deixar-me na merda, mais uma vez. 

As minhas amigas mais próximas dizem-me que ele não me acrescenta em nada, que não compensa e que mereço muito melhor. Que sou tão sensível e sinto as coisas de uma maneira tão bonita e estou presa a este penedo. Por estas palavras.

Gosto dele. Vi coisas nele, ainda que em pequenos vislumbres, que me fizeram acreditar que ele vale a pena. Gosto de estar com ele, sinto-me bem, mas, umas horas depois, quando já não estamos juntos, sinto-me super vazia e assim permaneço até voltarmos a estar juntos. Sinto que preciso de anos, para conhecer um pedacinho pequenino dele. O meu coração acelera, desalmadamente, sempre que recebo uma mensagem, na esperança que seja dele a querer estar comigo. Mas, depois, sinto que estou numa "relação" vazia, numa dinâmica que não é saudável, que quero muito mais do que isto. Sinto, muitas vezes, que nem amigos somos. Que ele está agarrado a uma ideia que tem de mim, e que não quer conhecer mais. Por outro lado, sinto que ele me quer conhecer melhor, mas não faz nada nesse sentido. Que eu tenho de aceitar tudo e ele não aceita nada, nem é minimamente compreensivo. Chegou a dizer-me que uma das coisas que o fez recuar, há dois anos, foi eu estar sempre a querer agradá-lo. Mas a verdade é que, quando digo alguma cena que o desagrada, ele passa-se logo.

Não sei se chego ao fim do ano com respostas. Sei que quero começar o ano com a cabeça arrumada e em paz. Não sei se vamos voltar a estar juntos ou se ele, entretanto, me diz que não quer mais. Não quero ser eu a desistir, por muito que sinta, que nunca vamos passar disto e que, sim, mereço melhor. Se desistir, desta vez, é a valer. Não volto. Nunca mais. Não sou uma pessoa carnal, sou emocional. A minha vontade de estar com ele, vem do que sinto por ele.

Enfim, a minha cabeça e o meu coração estão uma confusão.

Isto do amor

 

Há pessoas que têm tanto azar... E não estou a falar de mim, que nem ao trabalho de conhecer pessoas me dou. Estou a falar daquelas que tiveram uma má experiência, que demorou a curar e, quando finalmente decidem voltar a tentar, corre tudo mal, outra vez (aqui insiro-me um bocado, vá). Achamos que a pessoa vale o risco, mas não vale. 

 

Tenho uma amiga que andou com um rapaz, durante um ano. Certo dia, o dito rapaz contou-lhe que namorava. Andava com duas raparigas ao mesmo tempo. Mas, no meio disto tudo, sentiu-se mal por ela e por isso é que lhe contou tudo, mas à namorada, nem uma palavra. Passaram-se dois anos, e, recentemente, esta minha amiga começou a sair com um antigo colega. Andava toda encantada, mas a levar as coisas com calma. Ontem foram sair, num grupo grande de amigos, e, a meio da noite, o gajo desapareceu com uma brasileira. Andavam há coisa de um mês, qual era a necessidade? 

 

Nunca entendi a traição. Nunca entendi, até estar numa relação sem futuro e mil coisas me terem passado pela cabeça. Mas nunca traí e acho que seria incapaz de o fazer. Mas consigo entender melhor uma traição numa relação com algum tempo, que já não está a correr bem, do que numa que está a começar. Não há desculpa para nenhuma, seja qual for o contexto, mas acho que entendo melhor.

 

O primeiro e único namoro, que tive até hoje, durou menos de 5 meses. Desde então, nunca mais me comprometi com ninguém. E eu sei que o problema é meu. Gosto demasiado de mim e de estar sozinha. Não consigo estar plena e feliz com alguém. Acho que não dependo de ninguém para me sentir realizada. Mas, a verdade é que, da última vez que estive com alguém de quem gostava, me senti feliz como nunca antes tinha sentido. Nem sozinha. E, lá no fundo, acredito mesmo que cada panela tem o seu testo. 

 

Estas coisas do amor ultrapassam-me, são demais para a minha cabeça. É um bocado como pessoas, que não conseguem estar sozinhas. Que o máximo que aguentaram solteiras foram uns três meses, que lhes pareceu uma eternidade. Não entendo como é que alguém consegue saltar de relação em relação. E não falo de relações curtas, falo das longas. Pessoas que saltam de uma longa relação para outra, sem tirarem tempo para si próprias, sem aprenderem a estar sozinhas e bem. São pessoas que amam em demasia? Que tem muito amor para dar? Não entendo.