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Lazy Lover Undercover

Lazy Lover Undercover

Fica a dúvida

Engracei com um amigo dos meus irmãos. Não que seja a primeira vez, mas desta vez é diferente. Quando era pequena, achava piada a toda a gente, agora a história é outra. Já o conheço de vista há muitos anos, embora não o visse há muito tempo. Andou com um dos meus irmãos no infantário e tocou, mais recente, com um outro irmão meu num projecto. Não sei se ele esteve, até agora, sem saber quem eu era. Faz sentido que assim seja. Não me conhecia, alguém lhe disse de quem era irmã e, a partir daí, passou a cumprimentar-me sempre, e com muita simpatia. Apesar de nos termos cruzado excessivamente esta semana que passou, num contexto específico, não sei se seria o suficente para, de repente, ser tão simpático. Bem, fica a dúvida.

O mundo é mesmo pequeno

Quando andava no 7º ano, há sensivelmente 9 anos atrás, tinha uma panca enorme por um rapaz. Não sabia nada sobre ele, apenas que pertencia a uma organização mundial juvenil, da qual eu também fazia parte, e que andava na escola ao lado da minha. Durante 2/3 anos, cruzamo-nos muitas vezes na rua e suspirava sempre que o via. Era assim, um amor platónico partilhado pelos dois, no qual a única forma de comunicação era através dos olhares trocados. Ele era mais velho e, por isso, quando foi para a universidade deixei de o ver. 


Há dois anos atrás, reencontrei-o no bar académico da minha universidade e a timidez, que o assombrava antes, nem deu sinais. Não trocamos uma única palavra, mas ele meteu-se comigo. Não parava de olhar e chegou a vir para perto de mim. Não lhe liguei nenhuma. A panca já tinha passado e eu estava noutra.

Este verão, quando me enamorei pelo 'kedi', voltei a ver o tal rapaz. Não é que os dois se conhecem? Este mundo é mesmo pequeno. Estava com o 'kedi' há coisa de uma semana e uma noite paramos num café. E lá apareceu ele, com mais dois ou três amigos e durante 20 minutos o clima esvaneceu e deu lugar à conversa sobre o futebol. Vá lá que foram só 20 minutos. Por acaso, essa noite foi das mais fixes que tivemos, (já depois de termos saído do tal café). Das duas últimas vezes que tive com o 'kedi', já depois de as coisas terem chegado ao fim, ele falou-me dela e de como adorou mexer-me no cabelo. Enfim, foi um aparte. Outro aparte, ele faz anos para a semana, 29... Meu deus, já estou a deprimir.

Adiante. Descobri, há pouco tempo, que um dos melhores amigos dele, que por acaso tem a minha idade, andou na primária com uma das minhas melhores amigas. É pequeno ou não é pequeno este mundo?

Outra prova de como o mundo é pequeno: Fui a Itália no verão e quem raio é que vi lá, não uma, mas duas vezes? A Teresa Guilherme. Dois dias seguidos, em cidades diferentes: Veneza e Florença. Quais eram as probabilidades? Tiraram-lhe carradas de fotos e ela pediu educadamente para que, se as quisessemos publicar, o fizéssemos apenas no dia a seguir. Só há coisa de um mês é que percebemos o porquê. Vimos numa capa de uma revista qualquer que estava de férias com o namorado, de quem, até então, ninguém sabia da existência, um moço mais jovem. 

Estou um bocado aleatória. Nunca pensei falar do 'kedi', da Teresa Guilherme e da minha panca do 7º ano ao mesmo tempo. Foi um devaneio um bocado grande. E precisei, afinal, escrever é terapêutico.