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Lazy Lover Undercover

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Eurovisão, tinha muitas, muitas saudades!

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Finalmente, depois de uma espera de dois anos, voltamos a ter Eurovisão. Para mim é o evento do ano, aquele que mais anseio, sempre. Descartei-me de um jantar com amigas, para poder ficar em casa a ver. Sim, é a este nível.

Quanto a Portugal, senti muito orgulho, quando actuaram na segunda semi-final. Eu que, reclamei para o ar, quando os Black Mamba ganharam cá o festival. Foi uma boa chapada. Foi quentinho, soube bem e destacou-se imenso na semi-final em que foi. Na final, continuaram a estar bem e tivemos muitos pontos por parte do júri de cada país, fiquei admirada e muito satisfeita. Arrecadamos um bom 12º lugar, nada mau.

O Malato é que tem razão, o anúncio dos votos é mesmo impróprio para cardíacos.

Queria muito que tivesse ganho a Suíça, achei que ia ganhar a França e, no final de contas, quem ganhou foi a Itália. Fiquei desconsolada.

Não é que a música seja má, que não é. Este ano guardei as primeiras impressões para as semifinais, não fui ouvir nada ao YouTube antes disto. Quis a surpresa e a novidade. Talvez, por isso, não tenha percebido o fascínio todo pela canção italiana.

Quando foi a final, já ia a torcer por uns e nada por outros e estava curiosa pelas canções dos big5 + 1, que ainda não tinha ouvido. A da Alemanha, a de Inglaterra e a de Espanha eram muito fraquinhas. A francesa era muito boa, a dos Países baixos engraçadita e a de Itália, pronto, não desgostei mas, ouvindo pela primeira vez, nunca pensei que fosse ganhar.

Também não percebi o favoritismo da canção de Malta, nem como é que ficou em terceiro na votação do júri. Deus me livre e guarde. Adorei a canção da Ucrânia e, pelos vistos o público também, também gostei da da Finlândia e da Grécia e do refrão da russa. 

Gostei muito do interval act com os vencedores dos anos anteriores, muito bem conseguido.

Tive pena do vendedor do ano passado, Duncan Laurence, não poder actuar ao vivo por estar com covid. E os islandeses a mesma coisa.

Estou contente por este ano, mesmo com o virus, se ter feito o festival. Quando digo que tinha saudades, tinha meeeeesmo saudades. Foi um desconsolo o cancelamento o ano passado. Para o ano, espera-nos Itália. Já estou ansiosa.

Das cópias e semelhanças no Festival da Canção

Já tinha achado o refrão da "Voo das cegonhas" da Lili parecida com o do "Baile de Verão" do José Malhoa, mas ai, ai, ai. Então o Piçarra "inspirou-se" nesta música para fazer a dele para o festival? Pelos vistos não, mas que é muitíssimo parecida é. Não há que enganar. Quanta semelhança! Não gosto de nenhuma e espero que se faça alguma coisa em relação a isto. Epa, o homem foi o mais votado da 2ª Semi-final. 

 

 

A mais bela vitória de sempre

 

Isto é que foi sofrer até ao último minuto! Pensei que não ia viver tempo suficiente para ver Portugal ganhar o Eurovisão. Mas aconteceu! E chorei de alegria. Para o ano, estou em Lisboa, batidinha para o festival.

 

Quando era miúda, e já adepta ferrenha do festival da canção, tinha o sonho de representar Portugal, um dia. Doía-me tudo, quando via as paroladas que enviávamos. Quando foi a Vânia Fernandes, ainda tive alguma esperança, mas não tivemos hipótese e, ainda hoje se diz, por essa Europa fora, que, nesse ano, fomos muito roubados. Mas a vida continua e 9 anos depois aqui estamos nós: vencedores do Eurovisão!

 

Ainda estou parva. É incrível, como é que países, que nunca nos deram sequer um pontinho, nos deram, desta vez, 12. E é incrível, como é que a Itália, que era a grande favorita, ficou em sexto lugar. Impressionante a força do Salvador e da Luísa e de "Amar pelos dois". Não só não houve quem lhe ficasse indiferente, como ainda arrancou muitas lágrimas aos artistas dos outros países. Mas o mais incrível de tudo, é que não se deixou que o aparato todo do palco e do cenário, abafasse a razão de ser do festival: a música. Quer isto dizer, que, apesar das más linguas, já está toda a gente farta de poluição sonora. Este ano ganhou a música. Líndissima, simples e em português. 

 

Foi um festival do caraças. Adorei a canção da Bélgica, mas em versão de estúdio. Em palco, a rapariga parecia que ia ter um ataque de pânico, revi-me muito nela. E gostei muito da da Hungria. Também achei graça à da Croácia, o gajo cantava bem e fez um dueto com ele próprio. A da Bielorrússia surpreendeu-me pela alegria e da Suécia pela preparação da performance. As piorzinhas acho que foram mesmo a da Grécia, que nem percebi como é que passou à final e a de Montenegro, toda ela wtf, nomeadamente aquela dança com a trança. Mas, concluindo, foi mesmo um festival do caraças e só tenho pena que a grande maioria opte por cantar em inglês, em vez da língua materna, acho que só se perde.

 

"Amar pelos dois" é assim uma enorme lufada de ar fresco, uma composição linda, com uma voz que derrete. O Salvador disse tudo: "music is not fireworks, music is feeling!". 

 

Quando for grande quero ser a Luísa Sobral.

Um caso de amor

Preciso de dizer isto: adorei, adorei, adorei a música que o Noiserv compôs para o Festival da Canção. Sou suspeita, porque sou grande fã do homem, mas caramba. A música é completamente ele, não engana, não se faz passar por nada e a rapariga que a interpretou, a Inês Sousa, foi, de longe, a pessoa mais afinada e segura da semi-final toda, a par com o Salvador Sobral, que também esteve soberbo.

 

Percebo que não agrade a todos, mas ser a menos votada tanto pelo júri como pelo Público? Como? Eu do público já espero tudo, mas do júri? Em quem tinha tanta expectativa depositada este ano? Não esperava. Muito menos depois da semi-final passada em que concordei com grande parte dos resultados.

 

Se convidam compositores e músicos diferentes, para modernizar um bocado o festival, por quê que insistem em votar em canções que não inovam em nada? É só fogo de vista? Foi o que pareceu, ontem.

 

Há quem vibre com o futebol, eu vibro com o festival da canção. E pronto, era só isto.