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Lazy Lover Undercover

Lazy Lover Undercover

Dilema estúpido

Vivo sempre num misto de "posso morrer amanhã, por isso vou fazer isto hoje" e "o que vai ser de mim no futuro, se fizer isto ou aquilo agora". Sofro muito por antecipação. Penso sempre nos prós e nos contras de tudo antes de fazer alguma coisa, mas nem por isso vivo melhor. Sinto que me limito muito, às vezes, sempre com medo das consequências, sejam elas boas ou más.

Graças ao meu trabalho, cruzo-me com muita gente. Um dia destes, cruzei-me, pela segunda vez em três meses, com um moço. No mesmo evento, ele estava a prestar o serviço dele e eu o meu. Houve ali qualquer coisa ou então é só alto filme da minha cabeça por, pela primeira vez este ano, ter tido alguém a reparar em mim. Eu sei que obceco como forma de escape à minha vida, como distração, como forma de dar algum entusiasmo aos meus dias, e tenho plena consciência de que era esse o caso, mas...

Descobri-o nas redes sem querer (juro) e cusquei tudo o que havia para cuscar. Acabei a achar-lhe muito graça. Tem sentido de humor, a profissão dele é altamente e ele adora-a, não somos da mesma cidade e a diferença de idades é considerável. Queria adicioná-lo, mas tenho medo que, da próxima vez que nos cruzarmos em trabalho, seja super constrangedor. Duas coisas que me fritam: passar vergonha e ser ridícula. E estou a sê-lo agora, eu sei. Se o adicionar, a minha cabeça acalma, mas só se ele me ignorar é que esqueço isto. Acho que é isso que temo, que ele não me ignore e meta até conversa.

Não faço nada e continuo a matutar, sem saber quando é que isto me vai passar, ou vou em frente, sabendo que isto pode vir a resultar em constrangimento futuro? Que dilema estúpido, pá, no fundo quero adicioná-lo, mas não quero reacção da parte dele, com medo do que possa advir daí. Como se tivesse visto o futuro e soubesse que a brincadeira vai correr mal. Não estou bem, claramente.

Trabalho na área ou voluntariado?

Como tem vindo a ser meu apanágio, quando não estou a fazer nada, nada acontece e, quando finalmente arranjo o que fazer, chovem propostas de outros lados. Depois de muito tempo a morrer na praia, a ficar em segundo lugar em processos de recrutamento, que duraram meses, e com estágios e trabalhos prometidos, que nunca chegaram a acontecer, decidi candidatar-me a um voluntariado do Corpo Europeu de Solidariedade. Assim que fui selecionada para participar, fui contactada por um antigo professor da universidade, com duas propostas de trabalho na minha área. Tudo o que eu queria, na pior altura possível. 

Em tempos tão incertos como estes, a probabilidade de me cancelarem o voluntariado, por causa do agravamento da pandemia, é bem grande. Da mesma forma, ninguém me garante que, se por acaso for escolhida para algum dos trabalhos, estes não fiquem sem efeito, também, por causa da pandemia. 

Andei a morrer de ansiedade, até ser capaz de contar ao meu pai sobre o voluntariado. Contei-lhe, quando ele me perguntou como andava eu de trabalho. Eu podia ter-me facilitado a vida a mim própria. Dizia que ia fazer um voluntariado e não falava das propostas que tive. Mas não tive coragem de omitir nada e desbronquei-me logo. Para piorar a situação, ele não entendeu que o voluntariado já era certo. E, agora, estou metida numa situação altamente stressante e dilemática.

Adorava fazer o voluntariado, é pouco tempo, um mês e meio, é no estrangeiro e ia fazer-me crescer imenso. Ia viajar sozinha, pela primeira vez, viver num país que não o meu, cozinhar para mim, todos os dias, governar-me sem ajuda, e, quero acreditar, ajudar e levar alegria a quem mais precisa. Ia ser a experiência, pela qual tenho ansiado, estes anos todos.

Candidatei-me na mesma às tais propostas, de que o meu professor me falou, e, para as quais, me recomendou. Agora, é esperar que ninguém goste do meu currículo, nem do meu portefólio, e que não me chamem, para poder fazer o voluntariado de consciência tranquila. Por outro lado, se escolherem e o trabalho for mesmo irrecusável, não sei com que cara vou cancelar a minha participação, que já era certa, num voluntariado que ia adorar fazer, a três semanas de começar.

Posso, também, estar a pôr a carroça à frente dos bois e nenhum dos responsáveis das propostas ter qualquer interesse em contratar-me e toda esta ansiedade ser escusada. Ou, os astros estarem todos impecavelmente alinhados e poder fazer os dois, o voluntariado, até ao fim de dezembro, e começar o trabalho só em janeiro. Mas, claro que situações ideais nunca acontecem.

Dilema

Estou num dilema que me está a dar a volta à cabeça:

 

Por volta de Julho, vou ter de me candidatar ao ensino superior. Tenho de pôr três opções de universidades. Eu queria ir para o Porto, mas a melhor universidade, para o curso que pretendo ir, é a universidade da minha cidade.

 

Por um lado, se eu ficar aqui é bem provável que me passe da cabeça e me atire de uma ponte. Ao passo que se for para o Porto, vou crescer, vou tornar-me muita mais independente e acima de tudo vou mudar de ares, que é o que eu anseio fazer, há mais de três anos.

 

Mas por outro lado, o meu curso não tem grande saída profissional e o facto de o fazer na melhor universidade poderia ajudar-me a conseguir emprego com mais facilidade do que se o fizesse no Porto.

 

E agora?