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Lazy Lover Undercover

Lazy Lover Undercover

Deixar para não ser deixada?

O D. (daqui e daqui e que tem toda uma tag dedicada) voltou. Depois de 1 ano e meio sem nos falarmos e de 2 sem nos vermos.

Quando estava na Polónia, em dezembro de 2020, ligou-me pelo whatsapp. Fiquei incrédula (no final de 2019, tinha-o bloqueado em todo o lado,  na altura nem tinha whatsapp) e bloqueei-o. Em Fevereiro, uma amiga em comum mandou-me msg a dizer que ele lhe tinha ligado, para lhe pedir para falar comigo. Que me queria pedir desculpa, mas que tinha percebido que eu o tinha bloqueado em todo o lado. Depois de muito matutar, acabei por desbloqueá-lo. Mandou-me mensagens grandes a pedir desculpa e a justificar o lado dele. Respondi-lhe uma vez a dizer-lhe como me tinha feito sentir e nunca mais voltei a dizer nada. Ao fim de alguns meses, falamos pessoalmente. Não nos víamos há 2 anos e fizemos as pazes nesse dia. E, também nesse dia, deixei de o achar uma besta e dei por mim a ficar completamente apanhada, outra vez. Ele, logo a seguir, voltou para o estrangeiro, onde trabalhava, nessa altura. Mas, já lá, disse-me que tinha tido uma ideia louca, mas que nos podia ajudar a finalmente perceber muita coisa. A ideia era eu ir ter com ele e fazermos um viagem juntos por lá. Queria muito ter ido, mas entretanto comecei a trabalhar e as nossas datas não eram compatíveis. Combinámos passar uma semana juntos, quando ele voltasse a Portugal, em Agosto. Acabámos por só passar 1 dia e meio. E, depois disso, esteve duas semanas sem me falar. Mais tarde, disse-me que se quis distanciar para perceber se se sentia bem comigo e chegou à conclusão que sim. Disse-me que gostava de estar comigo e se sentia bem comigo, mas que, dali a umas semanas, ia de novo para fora trabalhar, durante 1 ano, e uma cena à distância era muito fodida. Passámos os dois meses seguintes juntos, uma vez por semana. Nunca em date, nunca a tomar café, nem a beber um copo, nem a passear, nem a ir ao cinema, nada disso.

Esta dinâmica sempre me angustiou. Sempre quis mais. Não digo um namoro, mas pelo menos algo com sentido, que não se resumisse a cama. Eu sei que para ele sou mais do que isso, falamos imenso sobre isto. E ele pode ter muitos defeitos, mas ser mentiroso não é um deles. Chegou a dizer-me, quando me pediu desculpa, que eu era e continuava a ser uma pessoa muito especial para ele e que era em muita coisa a rapariga ideal para ele.

Independentemente de não dar para termos nada sério, nem à distância, no meu entender, dava perfeitamente para termos muito mais do que isto. Mas, deixei-me estar, porque queria aproveitar ao máximo todos os segundos que pudesse passar com ele.

Foi embora e, nos últimos 10 dias em que cá esteve, não arranjou nem 1h para estar comigo e se despedir. Um mês depois, mandou-me msg a perguntar quando é que o ia visitar. Ainda ponderei e vi voos, os preços estavam absurdos e, sem grande conversa, disse-lhe que estava tudo muito caro e que não compensava. Um mês depois, voltou, nem sabia, mas mandou-me mensagem a perguntar se queria ir ter com ele dali a umas horas, eu perguntei onde e lá nos combinámos. Apanhou-me em casa, entrei no carro, esperei que ele terminasse o telefonema que estava a fazer, para fechar a porta do carro. Fechei-a e, quando ia pôr o cinto, ele inclinou-se para me beijar. Fui a medo, aquilo era inédito, nunca nos tinhamos cumprimentado assim, antes. E não foi um, nem dois beijos, foram alguns, fiquei parva da vida e apeteceu-me dizer "eram tudo saudades?", não disse, guardei para mim. Perguntei-lhe como estava, falámos das nossas mães e fomos até casa dele. Estivemos juntos duas vezes, mas a segunda não correu bem e fomos em silêncio embora. Uma semana depois, mandou-me mensagem a perguntar se estávamos juntos naquela tarde, eu disse-lhe que estava a trabalhar. Ele perguntou-me a que horas acabava e ficamos combinados para depois do jantar. Eram 22h30 e nem sinal dele. Mandei-lhe msg a perguntar se sempre vinha, respondeu-me a dizer que tinha estado a ver o sporting e que ainda ia tomar banho e a perguntar se eu podia no dia seguinte ao final da tarde. Disse-lhe que já podia ter dito e que no dia seguinte trabalhava de manhã à noite. Disse-me que, então, mantinhamos o combinado. Nisto já eram 23h e disse-lhe para cagar, que já era tarde. Ele ficou todo inflamado e respondeu-me torto a dizer que não percebia qual era a minha cena, que nunca tínhamos combinado hora. Disse-lhe que tinha trabalhado o dia todo, que depois do jantar contava que fosse tipo 22h/22h30, que no dia seguinte voltava a trabalhar cedo. Que não estava a reclamar, só estava a dizer que, tendo em conta o dia que tinha tido e o dia que ia ter, já estava tarde para mim. Não me voltou a responder.

Num dia normal, teria esperado o tempo que fosse preciso para estar com ele. Mesmo que trabalhasse cedo no dia seguinte, como era o caso. Mas, naquele dia, não me apeteceu fazer o esforço. Tem uma falta de consideração gigante por mim, deixa-me à espera eternamente, já me deu altas secas para a seguir me deixar pendurada, quando uma simples mensagem bastava para me avisar. E toda a cena de se ir embora sem se despedir e depois voltar e querer retomar de onde ficámos... Epa, aquilo atrofiou-me. E, depois, o só querer estar comigo depois das 23h. Nos dois meses em que estivemos juntos, foi quase sempre assim. Naquele dia não quis. Queria descansar e não me apetecia ter intimidade. 

Mandei-lhe msg a desejar um feliz natal e ele respondeu-me a desejar o mesmo. Mas foi seco, como é sempre. Sinto que continua chateado, embora ache que não tem motivo nenhum para isso. Sinto, o que sempre senti que, a qualquer momento, vou receber uma msg dele, como a que recebi há dois anos, a dizer-me que afinal não quer nada comigo e que não sente nada. E a deixar-me na merda, mais uma vez. 

As minhas amigas mais próximas dizem-me que ele não me acrescenta em nada, que não compensa e que mereço muito melhor. Que sou tão sensível e sinto as coisas de uma maneira tão bonita e estou presa a este penedo. Por estas palavras.

Gosto dele. Vi coisas nele, ainda que em pequenos vislumbres, que me fizeram acreditar que ele vale a pena. Gosto de estar com ele, sinto-me bem, mas, umas horas depois, quando já não estamos juntos, sinto-me super vazia e assim permaneço até voltarmos a estar juntos. Sinto que preciso de anos, para conhecer um pedacinho pequenino dele. O meu coração acelera, desalmadamente, sempre que recebo uma mensagem, na esperança que seja dele a querer estar comigo. Mas, depois, sinto que estou numa "relação" vazia, numa dinâmica que não é saudável, que quero muito mais do que isto. Sinto, muitas vezes, que nem amigos somos. Que ele está agarrado a uma ideia que tem de mim, e que não quer conhecer mais. Por outro lado, sinto que ele me quer conhecer melhor, mas não faz nada nesse sentido. Que eu tenho de aceitar tudo e ele não aceita nada, nem é minimamente compreensivo. Chegou a dizer-me que uma das coisas que o fez recuar, há dois anos, foi eu estar sempre a querer agradá-lo. Mas a verdade é que, quando digo alguma cena que o desagrada, ele passa-se logo.

Não sei se chego ao fim do ano com respostas. Sei que quero começar o ano com a cabeça arrumada e em paz. Não sei se vamos voltar a estar juntos ou se ele, entretanto, me diz que não quer mais. Não quero ser eu a desistir, por muito que sinta, que nunca vamos passar disto e que, sim, mereço melhor. Se desistir, desta vez, é a valer. Não volto. Nunca mais. Não sou uma pessoa carnal, sou emocional. A minha vontade de estar com ele, vem do que sinto por ele.

Enfim, a minha cabeça e o meu coração estão uma confusão.

"Fingimos que não aconteceu?"

O L. é dos amigos mais antigos que tenho, dos tempos de escola, um gajo altamente, que sempre curti. Fui crush dele, sem saber, durante o secundário e, só na universidade, quando o comboio já tinha partido, é que percebi. 

Nos últimos anos, falávamos 2 a 3 vezes por ano, só para checar o que um e outro andavam a fazer. Eu fui tendo as minhas cenas e ele as dele. Este check up anual foi se mantendo e era fixe, eu gostava desta dinâmica.

No final do ano passado, quando fui para a Polónia fazer voluntariado, começamos a falar mais, o check up passou a ser quinzenal. Uma mensagem dele já me fazia o dia e, claro, começaram os filmes na minha cabeça.

Quando estava na Polónia, disse-lhe que lhe ia trazer uma soplica (vodka polaca) e ficamos de combinar um dia, para a bebermos juntos, quando voltasse. Depois de maus timings e do segundo confinamento, este fim-de-semana, fui até à nova casa dele. Juro, pela minha vida, que não ia com intenções de nada. Ao fim de algumas horas, de muita conversa e álcool, rolaram uns beijos, por iniciativa dele. Tudo para a seguir me dizer, que namorava à distância. Levei um murro no estômago. Depois disto, tenho muitas brancas. Ele disse que só me via como amiga e eu desmanchei-me a chorar. Sei que lhe perguntei "então porquê que me beijaste?", acho que ele não respondeu. Depois começamos a discutir. Discutimos, por nunca termos admitido nada, na altura em que sentimos coisas um pelo outro. Discutimos, por já ser tarde demais. Por termos posto em causa uma amizade tão fixe. E, no meio da choradeira de bêbada, só fiz cenas.

No dia seguinte, acordei com uma ressaca desgraçada, uma dor de cabeça, que deus me livre, e com um peso gigante no peito. Ensaiei possíveis msgs a mandar, acabei por não mandar nenhuma. Foi ele quem mandou msg, a perguntar como estava, eu respondi “Com uma vergonha tão grande, quanto a dor de cabeça com que acordei”. Depois de me dizer, que não tinha porque me sentir assim, propôs: “fingimos que não aconteceu?”.

Como é que me tornei nesta gaja? A gaja com quem os comprometidos traem as namoradas. A gaja com quem nunca ninguém quer nada sério. A gaja a quem acham graça, quando são chavalos, e com quem depois, em adultos, matam a curiosidade, sendo sacanões. Não sei o que há em mim que leva os gajos a achar, que estou super na boa com cenas casuais. Não estou. Nem quero. Longe vai o tempo da descoberta e das asneiras. Só quero gostar de alguém, que goste de mim. Por mim. E não pela ideia que tem de mim. Não quero satisfazer curiosidades e ser deixada na merda.

Some, de vez

Depois de 4 meses de cura, em que consegui ficar a 80%, ele decide voltar e levar-me de volta ao zero.

Durante este 4 meses, tive esperança que ele reconsiderasse e me voltasse a falar, que percebesse que a reacção que teve não foi a melhor e quisesse, pelo menos, entender a sério o que se tinha passado e ficar bem comigo. Bem, isto é, sem ressentimentos. Que desse, pelo menos, para nos cumprimentarmos, caso algum dia nos cruzássemos na rua. Andei a contar os dias, até deixar de o fazer.

E, no sábado, sem contar, recebo uma mensagem dele: "M, até hoje não consegui perceber o que aconteceu entre nós. Queres ir dar uma volta hoje e conversar em condições?". Apanhou-me em casa depois da meia noite. Conversamos, voltei a repetir o que já tinha dito, da última vez que falamos. Que não gostava de estar por estar, que preferia andar e ver e expliquei-lhe que senti uma diferença enorme entre a primeira vez que estivemos juntos e a segunda. Se na primeira foi tudo óptimo, a segunda foi a despachar.

| Foi depois dessa segunda vez que percebi, que era um grande erro continuar com aquela "amizade colorida". Uns dias depois disse-lhe que não queria mais, que não fazia sentido para mim. A conversa descambou e ele entendeu tudo ao contrário. Ainda nos chegamos a encontrar para falar melhor, mas não adiantou de nada. |

Ele pediu desculpa. Disse que ficou muito ofendido com o que eu tinha dito, mas que já tinha percebido que tinha sido um mal entendido. Disse que não me queria magoar, mas que eu só considerava a hipótese de as coisas entre nós correrem bem e darem em alguma coisa. E ele não queria isso. Era exactamente o contrário. Eu considero sempre o pior cenário. Nunca dei certo com ninguém, porquê que haveria de dar com ele? Nem sei estar com ninguém, só sei estar sozinha. Disse-lhe isto tudo e ele no fim perguntou: "Estamos esclarecidos?" e eu respondi "Estás esclarecido?". Ele riu-se, achou o meu tom agressivo, mas engraçado. Fiquei a olhar pela janela do carro e ele continuou: "Olha para mim, porquê que não olhas para mim?". Lá olhei e ele beijou-me.

Não senti nada, mas deixei-me levar. Pouco depois, o ambiente começou aquecer e ele sussurou um "quero estar contigo". Eu afastei-me e disse-lhe: "Não vai dar". Não ia preparada. Rolou pouco mais que aquilo e no fim ainda estivemos abraçados uns largos minutos.

Ontem, três dias depois disto, manda-me sms a perguntar se vou estar cá no fim de semana. Eu a achar que ele queria combinar um dia para estar comigo, afinal era o oposto. "Queria falar contigo pessoalmente. Não faz sentido para mim continuarmos com isto. Não quero adiar o inevitável e magoar-te. Achei que ia sentir alguma coisa mais, mas a verdade é que não sinto o suficiente para continuar.”

Nunca me tinha acontecido, mas quando li a mensagem fiquei atordoada. A cabeça começou a doer-me de maneira estranha e os meus olhos deixaram de focar, senti-me tonta. Isto durou uns longos segundos. Quis responder-lhe mal, mas depois respirei fundo. E se numa primeira resposta lhe disse que não o entendia, na segunda e última disse-lhe que, pela primeira vez, estávamos na mesma página. Que ele não precisava de falar pessoalmente, que eu entendia e estava tudo bem. Foi a única maneira que arranjei de sair por cima e não me permitir voltar ao buraco negro onde andei nos últimos meses.

Para mim está resolvido.

Não sou carnal. Sou emocional.

Andava feliz da vida, a achar que estavamos na mesma página, que queriamos os dois o mesmo, com um primeiro beijo dado ao som de Tom Misch e tudo! Afinal… “M, o caqui (ou lá o raio do termo que ele usou) não é sério”.

Não contava. Nada mesmo. Muito menos depois da situação constrangedora do verão. Já me tinha convencido de que, pelo menos nos próximos 5 anos, não voltariamos a ter qualquer tipo de contacto. Por isso, aquela mensagem em janeiro apanhou-me mesmo de surpresa. Queria tomar café, fiquei meia incrédula e perguntei-lhe: “a sério?”. A questão é: para quê insistir, para quê voltar a tentar, se é só para ter uma cena que não é séria? Está comigo assim, como podia estar com outra pessoa qualquer. Diz que sempre me achou graça, mas, caramba, a graça é assim tanta que para ele compensa o "investimento" nesta cena não séria?

Gostava de ter sabido mais cedo que isto não era sério. Ainda assim, um dia depois desta conversa, deixei-me levar completamente. Há 6 anos que não estava com ninguém. Tinha-lhe falado dos meus medos e traumas e ele quis dar-me a melhor experiência possível. Já estava completamente na dele, antes de isto acontecer.

Esta história vai correr tão mal para mim. Não me dou com amizades coloridas.

Tenho que me focar no facto de ser um gajo que é mesmo meu amigo, não é alguém que conheci há meia dúzia de meses. Conheço-o há mais de dez anos e sempre nos demos bem, perdemos foi o contacto, a dada altura. Que vai ser sempre honesto e que essa honestidade vai ser tão crua que me vai magoar, como magoa sempre. Que, para mim, não é um qualquer. 

A longo prazo, o arrependimento vai ser inevitável. Não sou carnal. Sou emocional.

 

Amor? Sem um, nem outro

 

 

Estive tanto tempo solteira, anos mesmo, e, de repente, vi-me metida numa encruzilhada gigante entre duas pessoas.

 

Há coisa de dois/três meses, um amigo de longa data, o D, com quem tinha perdido contacto, convidou-me para tomar café. Fui, nervosa como tudo, já não o via há anos, e correu muito bem. Meio que fiquei pancazita por ele. Estava um homem bonito e super interessante, não costumo cruzar-me com pessoas tão interessantes como ele, e comecei a imaginar mil e uma coisas e a fazer muitos filmes...

 

Entretanto, fui trabalhar uns dias para uma cena e conheci um rapaz, o A. Era engraçadito e estava sempre a pegar com uma colega nossa mais nova, divertia-me muito ao vê-los aos dois. O trabalho acabou, foi cada um à sua vida e dei por mim a pensar imenso nele. Que nunca mais o ia ver na vida, que devia ter falado mais enquanto trabalhavamos, enfim.

 

Continuei a ir tomar café com o D e, embora para o segundo café não tenha ido tão entusiasmada como fui para o primeiro, a verdade é que correu muito bem e cheguei a casa contente. 

 

Nem uma semana tinha passado, desde que o trabalho tinha acabado, e eu e o A começamos a falar e, desde esse dia, nunca mais paramos. Fomos tomar café, achei-o um tone e, enquanto lá estava, percebi que nunca ia haver nada, que afinal não lhe achava assim tanta piada. Continuamos a falar e eu meio que ignorei o que senti no café.

 

O D não dava sinais nenhuns de estar para aí virado e fiquei a achar que era só mesmo a cena de sermos amigos e comecei a pôr de parte qualquer interesse que pudesse ter por ele, até porque só tomavamos café uma vez por mês e nunca falavamos a não ser para os marcar.

 

Certo dia, eu e o A fomos trabalhar juntos, calhou, chamaram-nos aos dois, e todo aquele ambiente de trabalho deu-me pica. A piada que não lhe tinha achado no dito café, naquele dia estava ao rubro. Levou-me a casa no fim, tranquilo, e convidou-me para sair no dia seguinte. 

 

No dia seguinte, acabou por se dar o beijo, que deu inicio às coisas. 

 

Andávamos há 2 semanas, quando o A foi um mês para fora. Durante esse período, o D voltou a convidar-me para tomar café. O café correu muito bem, falamos imenso sobre imensa coisa e no fim quis ir dar uma volta. Estávamos no carro a caminho e eu rezava para que fosse filme meu e que ele não tivesse interesse nenhum. Saiu-me o tiro pela culatra. Depois de muito conversarmos, aproximou-se de mim e quase me beijou. Parei-o a tempo. 

 

Ele não percebeu e eu não sabia como explicar. Disse que estava tudo bem e perguntou-me se não queria. E eu perguntei-me o mesmo: quero ou não quero? O que raio é que eu quero? A verdade é que o D é o mais parecido com o que sempre quis. É super culto, interessante, bonito, mas o A existe e eu não sei lidar com esta situação. Escolhia um em detrimento do outro? Se fizesse um prós e contras o D ganhava, mas o A dá-me segurança e vontade de estar, por outro lado, não me estimula e acrescenta a cultura que o D tem para dar e para vender e isso para mim é tão importante.

 

Tanta indecisão fez-me perceber que não estou bem com nenhum, que o melhor mesmo é continuar sozinha. 

Mas amigos, nunca

Tenho pensado muito no meu ex. Não a nível amoroso, nem nada do que se pareça. Está quase a fazer um ano que falamos pela última vez. Tenho-me lembrado do que me disse em relação a sermos amigos. Agora sei que nunca o disse com o desejo de que se concretizasse. Gostava que ele me visse. Que visse como estou actualmente. Que fosse capaz de me encarar. Não peço um olá, mas um olhar que o traduzisse. Só há pouco tomei consciência de como me portei com ele. Tenho culpa, muita culpa, mas ele também a tem. Queria uma oportunidade de me redimir, se soubesse que ele valeria a pena, enquanto pessoa. Mas já me convenci que isso jamais acontecerá. Como faço questão de repetir agora, 'se não foi é porque não era para ser'.

 

Amores que se vão

Achei que tinha conseguido dar conta do recado, que me tinha conseguido afastar a tempo. Falhei redondamente. Acabei apaixonada.

 

Tivemos uma conversa que já devia ter acontecido há muito. Mas andamos uns tempos sem falar e eu, sinceramente, andava a evitá-lo ao máximo, não sei se para me convencer que não sentia nada e que ele não me fazia falta. A verdade é que ele é, sem sombra de dúvidas, a pessoa mais complicada que conheci até hoje. Nem consigo explicar o que tinhamos e deixamos de ter, o que eramos um para o outro e um com o outro. Nunca vivi semelhante. 

 

Fomos sinceros um com outro, ele sabe o que eu sinto e eu sei o que ele não sente. Não sei como vai ser daqui para a frente. Acordamos que a amizade era para se manter. Mas, não sei bem como é que isto funciona. Nunca foi sério e ambos sabiamos. Talvez eu não quisesse saber.  Estivemos juntos duas maravilhosas semanas, em Maio, que acabaram por causa de um stress estúpido. Quem sabe até onde aquilo teria chegado se tivesse corrido bem.  Mas as coisas acontecem por um motivo e se não resultou é porque não era para ser.

 

Não sinto rancor e não me arrependo de nada. E por muito parva que tenha ficado, quando ele me explicou o lado dele, epa fez todo o sentido, dito por ele, por ser quem é: "Quero quem, quem eu nunca vi; Porque eu só quero quem, quem não conheci".

 

Quem te avisa teu amigo é

Devia ter ouvido quem me avisou. Desde o início que sabia que isto não ia correr bem. Mas porque raio é que arrisquei então? Para tirar a teima? Para não me arrepender de não ter sequer tentado? Ao contrário de outras situações, desta vez não digo "bem feita!" para mim, não acho que tenha merecido isto. Tentei sempre ficar de pé atrás, mas acho que acabei por me pôr a jeito, como já me disseram. Mas como é que eu ia adivinhar? Se é alguém que num dia sente uma coisa e no outro já sente outra? Se num dia diz uma coisa e no a seguir já diz outra? Se num dia quer uma coisa e noutro já quer outra? Não se brinca quando há sentimentos envolvidos. Acho que há muita gente que não tem noção de como aquilo que faz, diz, sente, quer, afecta as outras pessoas. Não basta ser sincero no início e depois fazer o que quer. Há que ser sincero sempre e respeitar quem só quer o melhor para si próprio e para o outro. Se nos habituamos a viver com a ausência de outrem, ninguém tem o direito de invadir a nossa vida como se nada fosse e voltar a levar-nos para baixo.

 

Fica no teu canto que eu fico no meu. 

Conclusões

- Sou uma ingénua! Pronto, custou, mas finalmente tive coragem de o admitir.

Não sou muito de postar frases bonitas, mas vi esta e fez absolutamente todo o sentido.

"Se amas alguém deixe-o livre para voar. Se voltar é teu. Se não voltar é porque nunca te pertenceu."

- Sempre me tiveste, mas eu nunca te tive, sempre fui tua, mas tu nunca foste meu.


É desta?

Já me tinha mandado a boca de "tens que começar a sair comigo aos fins de semana" isto, porque eu nunca saio, e ele sabe. Ontem disse-me "temos que marcar uma saídita os dois". Caramba, ao tempo que eu espero por isso. Mas não vou ser eu a tomar iniciativa, que não estou para levar cortes. Espero e desespero o tempo que for preciso.