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Lazy Lover Undercover

Lazy Lover Undercover

Deitou tudo a perder

Tenha plena consciência de que para primeiro post do ano é uma deprimência, mas já estou para escrevê-lo há uns dias. E tem de ser escrito, para me poder libertar um pouco desta tensão, deste stress, desta violência emocional...

 

Nunca, em dois anos e meio de existência deste blog, tinha falado das crises que, por vezes, acontecem naquilo a que chamo casa. 

 

Já tinha referido sim, que não sou filha única e que tenho três irmãos mais velhos. Somos uma familia de gente louca, e não digo isto num sentido cómico, pelo contrário, digo-o no sentido mais sério da palavra. 

 

Os meus irmãos, são os três loucos, sempre a arranjar confusão. Já foram os três a tribunal, cada um por um motivo diferente. Um deles é obsessivo-compulsivo, de vez em quando tem ataques de fúria e destrói tudo à volta dele. Normalmente, estas crises dão-se por motivos de dinheiro.

 

Acontece que, estes ataques, para além de serem demasiado frequentes, e completamente evitáveis, se ele tomasse os comprimidos, como era suposto, não eram a única coisa má que este meu irmão fazia. Depois de muitos anos a aturar estas merdas, o meu pai chegou a um ponto inevitável. Tinha de pôr um ponto final a isto, que não era saudável para ninguém. A gota de água acabou por acontecer, ao fim de tantas oportunidades que o meu irmão decidiu desperdiçar. Um dia, o meu pai descobriu que o meu irmão lhe andava a roubar coisas para depois as vender e ganhar algum dinheiro. O copo transbordou. O meu pai pô-lo fora de casa. Demorou mais de um ano até se voltarem a falar. Acabou por acontecer nos anos do meu irmão, em Agosto de 2012.

 

Entretanto, parecia correr tudo bem. Ele voltou a ir lá a casa com mais frequência. Voltou a passar as festas - Páscoa, Natal, Ano Novo e aniversários - connosco. Ganhou a independência que queria, mas estava de novo ligado a nós, ao meu pai. 

 

Mas nem tudo eram rosas. Há precisamente um ano atrás, um amigo dele foi levado pela policia para a esquadra e mais tarde a tribunal, por culpa do meu irmão. Foi no dia de passagem de ano. Estavam perto da praia, entre amigos a beber, a divertirem-se. Mas ele e outro amigo excederam os limites e começaram a insultar os agentes da policia que se encontravam perto deles a mandar parar os carros, numa operação Stop.

 

Deu-se início a uma nova temporada de borrada, que entretanto acalmou.

 

O último episódio deu-se no passado domingo, dia 29 de Dezembro de 2013. Veio cá a casa pedir dinheiro à minha mãe. Queria 50€ na mão. A minha mãe deu-lhe 10€, e o quê que ele fez? Rasgou a nota, destruiu interruptores, arrancou o intercomunicador da parede, foi à sala pegou numa cadeira para atirar ao outro meu irmão que entretanto acordava no sofá. Começaram os dois à pancada. Entretanto eu, que também estava meia a dormir ouvi aquele basqueiral todo e fui ver o que estava a acontecer. Mais uma cena de pancadaria. É triste. É triste que depois de tanta merda, depois de finalmente ter recomposto a vida dele e ter feito as pazes com o meu pai e connosco tenha deitado tudo a perder. Aqui a estúpida, não pensou e meteu-se no meio dos dois a separá-los enquanto berrava "Por favor, por favor, para". Resultou, que ele depois lá parou, insultou a minha mãe e foi-se embora a dizer que ia destruir o carro. 

 

Uns minutos mais tarde, voltou, trazia com ele a chave do carro e a chave da porta de baixo do prédio. Soube depois, que no intervalo de tempo entre o ele ir embora e o ter voltado, viu o meu irmão na rua, saiu do carro, onde estava, tirou o cinto das calças para lhe bater e lá recomeçou a pancadaria. Como acabou não sei, mas como estavam lá uns amigos deles, deduzo que tenham sido eles a separá-los.

 

Conclusão: Como era óbvio não passou o ano novo connosco. O meu pai proibiu-o de tão cedo voltar a pôr os pés cá em casa. Voltou-se ao passado. Deitou tudo a perder.

 

E pronto, é isto.